terça-feira, 15 de março de 2011

Pra quem tem duvidas sobre a oceanografia

De acordo com o site da Associação Brasileira de Oceanografia (Aoceano), “a Oceanografia é a ciência que se dedica ao estudo dos oceanos e zonas costeiras sob todos os aspectos. É uma ciência multi, inter e transdisciplinar, que requer conhecimento geral e integrado de matérias aparentemente distintas, como Biologia, Física, Geologia, Matemática e Química”.
O professor Moyses Tessler, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), propõe um exemplo para ilustrar a abrangência da Oceanografia: “Suponha um acidente numa plataforma de petróleo. Um biólogo marinho chega com o conhecimento sobre as espécies afetadas; um químico, sobre a composição do petróleo derramado; um geólogo, sobre as características do solo oceânico; já um físico pode contribuir com os cálculos sobre o movimento e a temperatura das correntes marítimas. Mas é o oceanógrafo quem vai amarrar todas as partes num quadro único, ele estuda a interface entre todos esses processos”.
Assim como na parábola dos cegos que apalpam diferentes partes de um animal sem entrar em acordo sobre a sua natureza, cabe ao oceanógrafo “enxergar o elefante”. O desafio, reconhece Tessler, é que ainda há muito o que ser descoberto sobre os elefantes chamados Oceanos.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Shanti

Já cheguei a dizer "como é bom voltar a falar consigo mesmo" mas mesmo assim, mesmo com essa segurança de escrever novamente, parece que ainda havia um bloqueio, como se estivesse voltando aos poucos de uma letargia que me invadiu ano passado, ou até antes disso.
Devo isso ao Ashtanga que com seu esforço físico e mental, me trouxe de volta um silêncio mental que não era perturbador que nem antes, não era uma paz simplesmente por estar tudo em paz... O yoga trouxe um silêncio conquistado, não adquirido.
Essa projeção um tanto forçada pro futuro com a passagem para o terceiro ano trazia uma série de incertezas que realmente incomodavam e me impediam de ir para frente, mas agora consegui me centrar de volta e "vamo-que-vamo".


Om Lokah Samastah Sukhino Bhavantu. que todos os seres vivos sejam prosperos e felizes

Sei que este nao sera o maior post do mundo

mas PORRA, COMO DORMIR BEM FAZ BEM :D

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Inner Voice

Can anybody give me words to describe how good it is to be able to dialogue with yourself again?

:D

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Da soma pela a subtracao


Durante o ano o meu corpo é movido por um software que só conhece a lógica da “soma”. Somo o tempo todo. Ajunto coisas. Não jogo nada fora. Não me esqueço. A memória é também um jeito de somar.

São duas as razões que me levam a ajuntar. A primeira é o amor. O amor não pode ficar sem resposta. Mas a vida tem urgências maiores que as do amor. A segunda é a razão da utilidade: é possível que o objeto que tenho nas mãos de utilidade duvidosa, possa vir a ter algum uso no futuro. 
...Mas como eu dizia, agora quando o ano terminou, muda o meu software. O programa da “soma” é retirado e, no seu lugar, começa a funcionar o programa da “subtração”. O programa da ‘soma’ é feitiço danado, quanto mais ajunta, mais pesado fica, a gente vai perdendo a leveza, o andar fica difícil, é gordura e músculo demais, o corpo afunda por o peso ser em demasia.
Já o programa da ‘subtração’ é o contrário: ele quebra o feitiço da soma, a gente emagrece, fica leve, as escamas caem, o coscorão se descola, o corpo perde o músculo e ganha asas. A ‘soma’ nos faz envelhecer. A ‘subtração’ nos faz voltar a ser crianças. 
O diabo soma: “tem uma contabilidade implacável que não esquece. Deus subtrai. Não tem contabilidade. Todo perdão é esquecimento. Mas de repente, foi-se a lógica da soma e a lógica da subtração tomou o seu lugar. Álvaro de Campos concorda: 
“Ah! A frescura na face de não cumprir um dever!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora...
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação...”
Não sou senhor do tempo. Preciso de mais tempo do que tenho. Nem mesmo o amor pode com ele. É dessa impotência do amor diante do tempo que nasce a arte.
“Tempus fugit” – essa frase: o tempo foge. Diz um salmo bíblico: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios”. A sabedoria se inicia quando aprendemos a contar o tempo. Quem conta o tempo sabe que o tempo não soma, ele só subtrai. 
Álvaro de Campos, eufórico pela liberdade de não cumprir um dever, termina dizendo: “Estou nu e mergulho na água da minha imaginação”.
A água é o grande poder da subtração. Por onde passa, limpa. As águas tem o poder de subtrair do corpo e da alma as coisas pesadas que a passagem do tempo foi neles sedimentado. As águas nos reconduzem ao esquecimento. Elas lavam o corpo envelhecendo, e ele volta a ser criança. (Rubem Alves)